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Foto do escritorAna Clézia Jerônimo

Dia Internacional da Mulher

Atualizado: 2 de ago. de 2021


Está chegando o dia Internacional da Mulher e com ele costumamos receber homenagens e flores. Mas afinal, de onde surgiu essa data comemorativa?


Falar da origem do Dia Internacional da Mulher não é tarefa fácil, já que não houve um dia específico em que as mulheres acordaram decididas a lutar por melhores condições de trabalho, vida social e direito de escolhas. A data é resultado de uma sucessão de eventos, vindos de vários cantos do mundo, em várias épocas diferentes e de mulheres com suas particularidades. Basta uma rápida pesquisa para encontrarmos detalhes de evento por evento desses movimentos. Por isso hoje não vou me atentar aos detalhes, mas sim ao ponto em comum que todas essas histórias tem: a essência de ser mulher.

Conhecemos histórias de mulheres brilhantes, que mesmo não tendo ligação direta com o classe operária que originou a data comemorativa, viveram à frente da sua época e fizeram história.


Passeando por diversas áreas, temos Marie Curie, cientista brilhante que além de ter sido a primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel, foi também a primeira pessoa a ganhar o prêmio em duas categorias diferentes (1903 – Física e 1911- Química) ou Chiquinha Gonzaga, compositora brasileira que confontrou a sociedade opressora da sua época, escreveu a primeira marcha de Carnaval (ô abre alas, que eu quero passar! Conhece?) e se tornou a primeira maestrina do mundo. Temos ainda Amelia Earhart, piloto destemida que foi a primeira mulher a cruzar o oceano Atlântico num vôo solo em 1928 e a Cora Coralina, doceira peotisa brasileira nascida em Goiás, que começou a escrever na adolescência, mas só teve seu primeiro livro publicado aos 75 anos.


Da esquerda para direita, de cima para baixo : Chiquinha Gonzaga, Marie Curie, Cora Coralina, Amelie Earhart.


Eu poderia ficar horas descrevendo essas e tantas outras histórias inspiradoras, porque assim como essas mulheres, tantas outras em anonimato fizeram e ainda fazem da sua existência um símbolo de mudança no mundo e ao olharmos para o final do século XIX e começo do século XIX não foi diferente.


Os primeiros movimentos organizados por mulheres ocorreram na Europa e EUA, quando em meio a Revolução Industrial a classe operária, que cada vez mais era constituída por mulheres, evidenciava a situação precária de trabalho. Ao contrário do que se pensa, o dia Internacional da Mulher não foi criado apenas pela trágico incêndio ocorrido em Nova York em 25 de março de 1911 numa fábrica, que resultou a morte de mais de 100 pessoas. Esse fato isolado foi mais uma forte envidência da negligência a que essas mulheres eram acometidas.


Décadas de engajamento político e importantes mudanças depois, chegamos até o dia de hoje: 8 de março de 2021.


Uma data com raízes históricas e ao contrário de tantas outras datas comemorativas, não foi criada para movimentar o comércio. O dia 8 de março nos convida para refletir à respeito da desigualdade e abusos que as mulheres sofrem ao redor do mundo. A importância do combate ao silêncio, da criação de uma rede de apoio e continuação da construção de uma sociedade cada vez melhor e mais livre para todos.


Para se inspirar...

E entrar no clima, separei uma seleção de filmes e séries que já assisti, ou que ainda estão na minha lista, sobre personagens femininas brilhantes, inspiradoras e fortes. Para assistir o trailer, basta clicar no link ao final de cada descrição.

Enjoy!


Anne with an E - 2017

Como fã de carteirinha dessa série, posso garantir que ela conquistou o coração de fãs ao redor do mundo e não foi à toa. A imaginação e personalidade inspiradora da protagonista Anne é o destaque. Ela é uma órfã que foi mandada por engano para morar com um casal de irmãos solteiros em um pequeno vilarejo. Com apenas 13 anos, Anne já é uma menina à frente do seu tempo, debatendo temas como feminismo e sororidade. Uma história linda sobre amadurecimento, família e amizade - com uma paisagens de tirar o fôlego. [Trailer]


Histórias Cruzadas (The Help) – 2011

Esse filme ambientado nos anos 60 se passa na pequena cidade de Jackson, no estado do Mississipi. Conta a história de Skeeter, uma jovem branca da sociedade que se formou em jornalismo. Ela decide entrevistar as mulheres negras da cidade, dando voz aquelas que trabalharam a vida toda na criação dos filhos da elite branca, da qual a própria ela mesma faz parte. Esse é um filme muito especial e emocionante. [Trailer]



As Sufragistas (Suffragette) - 2015

O movimento sufragista aconteceu no final do século XIX e início do século XX e foi muito importante na história da democracia, já que as mulheres lutavam pelo direito do sufrágio (voto). Baseado em fatos reais, a história foca na vida de um grupo de mulheres que resistiram à opressão da sociedade machista da época. [Trailer]



Grace e Frankie - 2015

É uma série de comédia que aborda o envelhecimento feminino e como as personagens lidam com as mudanças que o tempo trás. Grace e Frankie são duas amigas que vivem a vida ativamente na terceira idade. Sem competir o protagonismo, é difícil dizer qual das duas é minha preferida. Prepare-se para rir e se ver em diversas situações, pois tem drama, comédia e romance. [Trailer]



Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures) – 2016

Mais um filme baseado em fatos reais, traz a tona a história que ficou escondida por anos, sobre uma equipe de cientistas da NASA, formada exclusimente por mulheres negras que fizeram toda a diferença na história norte-americana na corrida espacial durante na Guerra Fria entre Estados Unidos e Rússia. Quando o filme foi lançado a protagonista Katherine Johnson ainda estava viva e foi incluída na lista das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes pela BBC. [Trailer]


Adoráveis Mulheres (Little Women) – 2019

Esse filme é uma adaptação do romance homônimo escrito em 1868. Conta a história de 4 irmãs, que tem personalidades diferentes, que questionam sobre o padrão da sociedade e estão entrando na vida adulta, tendo como fundo a Guerra Civil. [Trailer]


Coisa Mais Linda (Girls From Ipanema) – 2019

Para exaltar nosso Brasil, nada melhor que uma séria brasileira, com cenas lindas do Rio de Janeiro dos anos 50. “Eu quero mais. Eu quero ser livre”. É com essa frase que a protagonista Malu nos guia na sua empreitada para abrir um clube noturno de bossa nova, após ser abandonada pelo marido. [Trailer]


“Recria a tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras. E faz doces. Recomeça”

E com essa frase da Cora Coralina, que eu desejo um Feliz dia das Mulheres. Do meu coração, para o seu.


 

Ana Jerônimo, cearense que não dispensa uma boa tapioca com café, criada em Sumaré, interior de SP. Mudou-se para Bangkok em Abril de 2019 com o marido e a filha. Apaixonada por livros, música e rabiscos e pelo mundo de possibilidades que a arte proporciona.


Membro da BTCC Social desde 2020.

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