O luto da Transição
- Claudia Gomes

- há 4 dias
- 3 min de leitura

Foto do Canva.com
Começar a vida em um novo país normalmente vem acompanhada de um coquetel de emoções: excitação, nervosismo, medo, alegria, esperança, entre muitas outras. Quem já passou por uma transição como essa sabe bem do que estou falando.
Todos temos motivos diferentes, um novo trabalho, acompanhar a família, buscar novas descobertas, reconectar-se consigo mesmo, expandir horizontes, fazer um trabalho voluntário, entre outros. Mas sabemos que, independentemente da razão, todos passamos por um momento de luto ao começar esse novo processo.
O luto é algo natural em qualquer transição: mudar de país, perder alguém querido, despedir-se de um animal de estimação, trocar de emprego, encerrar um relacionamento, enfrentar uma mudança de saúde ou até reprovar em um curso.
É deixar o conhecido para começar o novo. É dizer adeus a uma parte de si para que outra possa nascer.
Toda escolha traz ganhos e perdas.
Muitos veem esse processo como algo difícil, evitam passar por ele, ou acreditam que não precisam, ou que não vão dar conta. Mas a verdade é que o que não enfrentamos, acaba nos enfrentando.
As emoções não desaparecem simplesmente. Elas encontram um lugar para ficar, porque têm uma mensagem a nos entregar. Podem permanecer escondidas e, de repente, aparecer num momento inesperado, ou até se manifestar em forma de doenças no corpo. (Você pode compreender o que essa emoção está tentando dizer observando onde ela se manifesta no corpo. Uma opção de leitura sobre este assunto seria A Linguagem do Corpo, de Cristina Cairo).
O luto tem cinco fases, popularizadas pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross (algumas pessoas dizem que são sete, se incluirmos o que vem depois da aceitação: reconstrução e esperança), e elas variam de pessoa para pessoa, de acordo com a experiência vivida.
Não existe uma fórmula única. As fases podem acontecer em ordem diferente, ou nem todas serem sentidas, mas geralmente elas se manifestam.
As 5 fases são: Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação.
Algumas manifestações são comuns durante o luto:
Emocionais: tristeza, raiva, culpa, ansiedade, medo, desamparo, solidão e, às vezes, até alívio.
Físicas: dores de cabeça, náuseas, alterações no apetite, insônia, fadiga, fraqueza e baixa imunidade.
Cognitivas: dificuldade de concentração, lapsos de memória, descrença e pensamentos obsessivos.
Comportamentais: agitação, isolamento, busca por pertences da pessoa ou recusa em fazer coisas que lembrem a perda.
As perdas ou mudanças nunca são fáceis, mas nada na vida é constante. A única certeza que temos é que tudo está em transformação.
O luto é para ser vivido.
O luto nos transforma.
O luto nos recria, nos ressignifica.
Ele revela o que precisamos ver, para que possamos seguir adiante mais conectados com o que realmente queremos, mais alinhados com o nosso propósito e mais em paz com as nossas escolhas.
Obs.: Lembre-se de que, em um processo de luto, se necessário, busque o apoio de profissionais que possam acompanhá-lo(a) com cuidado e sensibilidade. Ter um espaço seguro para expressar o que sente, com suporte, acolhimento e privacidade, pode tornar esse momento mais leve e transformador. Você não está sozinho, e não precisa atravessar isso sozinho.

Claudia Gomes
Formada em Administração de Empresas, foi Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Vendas na área de Turismo com vasta experiência global, hoje é Diretora da BTCC Social e Coach Profissional de Liderança e Transformacional há 7 anos. Contribui com a Aquarela escrevendo sobre desenvolvimento pessoal. www.claudiagomes.coach









Comentários